No Sábado o País assistiu a uma das maiores manifestações de sempre. Cerca de 100 mil professores (números nunca consensuais mas perto deste valor) percorreram as ruas de Lisboa com bandeiras, cartazes e palavras de ordem conta a politica de educação e contra a Ministra. Outros tempos e esta manifestação teria repercussões bem mais graves e bem mais sérias. Foram afinal 100 mil pessoas organizadas em manifestação que receberam por parte dos média uma cobertura equivalente à meia maratona de Lisboa (descontando o facto que a meia maratona é transmitida em directo).Como é que os media noticiaram e que ângulo de abordagem foi dado a esta manifestação. Alguns pontos para debate e reflexão:
- A manifestação foi abordada mais pelo lado de mega-organização do que pelo conteúdo politico e reivindicativo (vimos os bastidores da organização, os cartazes a serem agrafados, os professores a sair de casa, a viagem de autocarro, os números da organização, o percurso, o estacionamento dos autocarros, etc…).
- A questão mais colocado ao manisfestantes era sobre o aproveitamento politico que a oposição estaria a fazer da marcha.
- O Primeiro-Ministro não apareceu em nenhum bloco informativo nem sobre este tema nem sobre nenhum outro e nenhum jornalista o tentou contactar (ou anunciou tentar ter feito tal).
- A oposição falou em pequenos blocos de imagens curtos rápidos e sem grande conteúdo.
- A ministra apareceu num canal privado a responder a algumas perguntas recusando-se responder a outras. Quando lhe foram colocadas perguntas por parte dos manifestantes estas eram ambíguas e sem real conteúdo mesmo assim não foram respondidas.
- A analise politica foi feita por um jornalista, director de informação da SIC, num tom absoluto e determinante sem qualquer analise ao tamanho e importância da manifestação mas apenas ao caminho a seguir.
Ficam aqui alguns pontos para debate e análise de como os media trataram a “Marcha da Indignação”.
“A marcha da indignação”. Ainda pensei que fosse mais um “sketch” da série Lopes da Silva, mas afinal não. É apenas puro sensacionalismo. Mais uma vez é disso que se trata.
Os portugueses ficaram a saber que os professores se manifestaram em larga escala, num desfile carnavalesco com faixas, bandeiras e vestimentas a preceito e que querem a cabeça da “menistra” num autêntico auto-de-fé, dadas as heresias cometidas pela “Milu” contra a profissão.
No entanto, que pecados são esses que a senhora cometeu? Alguns laicos saberão, outros não. Contudo, todos sabem que milhares de professores (e não só) entupiram a capital para demonstrarem a força da sua indignação e da sua mágoa. Todos sabem que percorreram quilómetros e gastaram uma boa quantia com a deslocação e com os adereços…
E voltamos à questão, afinal de contas os professores manifestavam-se contra o quê ou contra quem? Todos sabemos que o grande “hit” do momento é: “Está na hora, está na hora da menistra ir embora”! Um grito do Ipiranga dos novos tempos cuja diferença para o original é o sorriso de indignação com que os professores bradavam aos sete ventos (e às sete colinas) as suas palavras de ordem. Para além disso, e como qualquer música “pimba”, o sentido desta ode à “menistra” continua a ser uma incógnita para o mais comum dos mortais.
Persistindo a interrogação, jornalistas houve que quiseram saber e demonstrar os motivos para tal rebelião.
http://videos.sapo.pt/5TYvzCRE8aFbUymi2DUa
Pergunta: “O que contesta no processo de avaliação”? (longa pausa e hesitação)
Resposta: “Contesto sobretudo a avaliação”…
Vale a pena ver os entrevistados da SIC. Foi uma escolha intencional de entrevistados? Foi. No entanto, os depoimentos são reais. E nenhum se chamava Lopes da Silva.
Como é que um Governo ou uma Ministra hão-de ceder perante alguém que não sabe o que quer? Depois de declarações deste tipo, fica a sensação de que muitos dos milhares de manifestantes foram para a rua pelo movimento e não pela causa. Ou então até têm causa própria, bem lá no fundo do consciente: a progressão na carreira através da longevidade, por exemplo. Escreve-se que os alunos serão imensamente prejudicados com novas medidas desajustadas. Porém, só se ouve falar dos ataques à profissão e das políticas insultuosas praticadas pelo ministério.
Um pouco de transparência assentaria bem melhor do que a irreverência.
No final, e mais uma vez, prova-se que se prefere quantidade em vez de qualidade. É por isso que a montanha , mais uma vez, irá parir um rato…
Só um à-parte: “menistra” é pronúncia aceite pela norma da língua portuguesa (quando existe um “i” antes de sílaba tónica na ortografia, pode ler-se “e”). Dizer “ministra” com “i” é considerado por muitos puristas como erro. Por mim, penso que o ideal é considerar “menistra” e “ministra” (na leitura) como duas opções aceitáveis.
Atenção: só se aplica à leitura. Na escrita, obviamente, “menistra” é erro.
Por exemplo:
> privilégio – pronúncia correcta: “previlégio” (esta forma de pronunciar, aliás, dá origem a vários erros de ortografia);
> ridículo – pronúncia aceite, mas em desuso: “redículo”
> ministro – pronúncia padrão: “menistro”
Já no caso de “ministério”, a pronúncia correcta é “ministério” (o “í” não é tónico, por isso a regra não se aplica).
Neste caso, o jornalistas foram um pouco sensacionalistas. Escolheram as pessoas a entrevistar a preceito, assim como as imagens a fazer transmitir…mas como sempre fizeram um grande alarido por uma coisa que todos viram mas ninguem sabe ao certo porque se fez ou porque surgiu.
Toda a gente viu ou ouviu falar da manifestação, mas pouca gente a compreende…contudo fez se uma grande visualização da mesma…
O certo é dizer que os professores se empenharam na organização da mesma, fazendo vestuario a rigor, musicas adequadas ao tema e contra a ministra…
No entanto uma questão fica no ar, terá valido a pena tantos esforços e tanto alarido por parte dos manfestantes e dos jornalistas??
A isso só a ministra poderá responder.O melhor a fazer agora é esperar para ver…
Juntaram-se em bandos por uma causa sem saberem qual ela era.
Se estiverem atentos a tudo o que se tem passado com esta luta, assistem e dão-se conta da desordem de ideias em que cada professor diz um motivo diferente, quando muitos nem sabem porque se juntaram e pelo que lutam. Sim, de facto houve muito sensacionalismo em volta desta marcha, mas também foi a maior marcha de docentes vista até então, logo merecia o seu tempo de antena.
Mas meus amigos, não se deixem enganar, assistiu-se a uma grande cobertura dos media, mas porque será? Serão as audiências ou as politiquices na minha opinião foi um pouco de tudo, não se viu um único canal a fazer o seu verdadeiro dever perante o pais que era informar e dar voz aos intervenientes. Acredito que quem quer que tenha vista as noticias nesse dia ou então acompanhado a transmissão tenha acabado o dia a perceber ao certo de que é que aqueles docentes de queixavam.
Aconselho vivamente a verem a hiperligação no comentário do Tiago Mendes, onde se aperceberão de uma das causas de a educação estar na situação que se encontra. Acredito piamente que existam docentes suficientemente credíveis e aptos para educar o futuro da nação, mas de certo que pelo que se viu e tem-se visto na televisão, não são os melhores exemplos desta classe trabalhadora.
Não é que eu seja contra os direitos dos cidadãos e, é facto que todos têm o direito de protestar quando têm motivos para isso. A manifestação dos professores foi das que teve maior afluência nos últimos anos, os motivos eram muitos e variados. No entanto, acho o que ficou evidente foi o facto de os professores terem feito esta manifestação principalmente devido ao facto de estes poderem vir a ser avaliados. No meu entender, penso que foi uma medida com pés e cabeça e que certamente irá melhorar a educação em Portugal. Este governo tem tomado muitas medidas sem sentido e pouco positivas para os cidadãos mas esta faz muito sentido. Os professores têm muitas razões para se sentirem indignados mas, não podem ter medo de ser avaliados mas pelo contrário devem ver nessa avaliação uma mais valia enquanto docente capaz de educar.
Mais uma manifestação partidária. É pena que um dos direitos que ganhamos com o 25 de Abril seja usado não em favor do povo, mas de confederações ligadas a partidos da oposição.
Mas foi giro, a Av. da Liberdade estava bonita 🙂
Sinceramente, ainda não percebi muito bem do que queixam os professores… mas penso que a razão de tanto descontamento em relação a avaliação que os espera é o medo de serem considerados maus professores, o que, para alguns, não deixará de ser verdade.
Em relação à cobertura feita pelos média, penso que tenha sido exagerada… filmaram os professores a fazer as faixas, os cartazes, o caminho de autocarro em direcção a Lisboa, o avanço da manifestação… foi dada demasiada importância a uma coisa que nem os próprios professores sabiam muito bem o que era… porque, como disse o Tiago, um deles disse que contestava sobretudo a avaliação, qando a pergunta era “O que contesta no processo de avaliação?”… se antes de irem “aos montes” para a capital se decidissem acerca do que manifestavam, teriam feito bem melhor figura!
[…] (sobre a manifestação): «…Como é que um Governo ou uma Ministra hão-de ceder perante alguém que não sabe o que … […]
Porque não pegar na ideia, e também fazer uma avaliação a todos os membros da assembleia da república??!!
Isso é que era…
Aqui afirmo a minha posição a favor dos professores, e apoio o comentário do Hugo: peguem na ideia da avaliação dos professores e apliquem na assembleia da república! Sinto que ia haver outra Avenida da Liberdade cheia…..
Confesso que relativamente a este assunto estou um pouco na ignorância… no entanto não posso deixar de dizer que nós, portugueses, podemos não ser bons em muitas coisas, mas há algumas em que somos excelentes, a fazer greves e manifestações devemos estar no cimo das classificações… fazem-se este tipo de acções por tudo e por nada…e aquilo que muitas das vezes acontece é o que aconteceu desta vez, a maioria dos manifestantes quando são confrontados com questões com o intuito de se saber a razão do protesto dizem coisas descabidas…. dar uma resposta usando a pergunta não é de todo esclarecedor..e este é apenas um exemplo… não é por se enxer uma avenida de pessoas que as coisas vão mudar… já agora, o luto nacional dos professores é também algo muito engraçado…
“A MARCHA DA INDIGNAÇÃO”, foi assim que os média apelidaram a manifestação de professores. Eu chamar-lhe-ia “A MARCHA DA VERGONHA”… afinal quem é que se manifesta contra algo de que não têm conhecimento??
É realmente verdade que os média trataram a manifestação de forma sensacionalista. A importância que lhe deram não foi, de todo, benéfica….
Uma classe com grande responsabilidade social, especialmente no campo da educação, devia estar minimamente esclarecida… Porque quando se pergunta “está contra o que? manifestasse contra o quê? ou “o que é que não concorda no processo de avaliação proposto?” a resposta é: “estou contra o processo de avalação”… não referem nada em concreto que denote um conhecimeto profundo da questão…
Esta é, contudo, uma visão de quem assiste “de fora” a toda a esta questão… um espectador.
Esta manifestação foi o reflexo do que tem sido a actuação deste Governo para com os funcionário públicos. Um autêntico desastre! Bonito, bonito também foi a manifestação no Forte de S.Francisco em Chaves que pôs os nervos de Santos Silva em franja! (franja e cabelo são coisas que o senhor ministro não usa, verdade seja dita)!
Foi um fim-de-semana à Salgueiro Maia!
Milu para a rua!
Tive a oportunidade de falar com alguns professores que assistiram em silêncio ao comício do PS, no Porto, como forma de protesto às medidas educativas do Executivo de José Sócrates. Alguns referiram não estarem contra a avaliação, mas contra a forma como estas medidas estão a ser implementadas:
– A ministra da Educação não teve a preocupação de ouvir os professores;
– Não está a cumprir os prazos inicialmente estabelecidos;
– Alguns docentes recusam-se a ser avaliados por colegas de trabalho, docentes de disciplinas totalmente distintas. Por exemplo, um professor de Educação Visual referiu que a titular do seu departamento era professora do ensino especial;
– Diziam também que se estava a passar a ideia de que os professores gostavam de estar à sombra da bananeira e, por isso mesmo, não queriam ser avaliados, o que é falso;
– Outros apontavam a não existência de um conselho de avaliação…
É certo que também encontrei professores que falavam de forma arrogante e que, questionados sobre a causa dos seu protesto, fugiam à questão.
Lá pelo meio dos manifestantes fui ouvindo as bocas que uns sociais-democratas mandavam à ministra, enquanto esta se dirigia para o pavilhão académico…e a ministra lá foi respondendo “Não ouvi nada…”.
Os apoiantes do PS (poucos) insultavam os professores, chamando-os de malandros e louvando o primeiro-ministro “por, finalmente, ter sido o primeiro a pôr a mão nesta corja”.
No final do comício populares, docentes e socialistas armam uma autêntica zaragata e sabem quem saiu culpado no meio disto tudo?! OS JORNALISTAS!!!
Algumas pessoas insultaram os repórteres que estavam presentes e acusaram-nos de espicaçar a confusão que se estava a criar! Tudo para terem matéria para falar nos noticiários!
Isto tudo para quê? Para dizer que, sinceramente, estamos todos muito confusos com esta questão. Nem muitos professores sabem por que contestam, nem a ministra sabe por que é criticada e a comunicação social limita-se a transmitir e a aproveitar-se das imagens que são criadas. Agora não me venham dizer que a culpa do empolamento em torno desta questão foi gerado pelos jornalistas…
E a novela vai continuar já que a Fenprof já tem agendadas novas manisfestações e a ministra da Educação parece querer continuar com este braço de ferro. Estamos atentos a novos desenvolvimentos…
Acho que esta “Marcha da Indignação”, apesar de poder haver motivos para a fazer, falha na medida em que os manifestantes não explicam claramente o porquê da manifestação!
Estão contra as avaliações, tudo bem, a essa conclusão já todos chegamos. Mas porque é que estão contra as avaliações?? A única resposta que ouvi até agora foi que as avaliações são uma falta de confiança e de respeito para com os professores. A maioria afirma ser bom professor. Se assim é então as avaliações não serão prejudiciais! Agora se estão contra o método como será feita a avaliação já será diferente! Falo por mim quando digo que acho um pouco ridículo que os pais dos alunos participem na avaliação quando alguns apenas vêem os professores 1 ou 2 vezes por ano lectivo, se tanto. Mas isto é apenas a opinião de uma aluna. Para poder comentar melhor esta questão teria de estar mais por dentro do assunto, e pelo que vejo os media não têm esclarecido este assunto mas sim mostrado mais uma das manifestações a que estamos habituados. A única diferença é que esta foi uma manifestação de professores e uma das maiores manifestações de sempre…
Não vejo as confederações sindicais a fazerem manifestações por causa dos pedreiros e trolhas e esses sim, recebem pouco, trabalham muito e estão sempre em risco de que lhes caia um tijolo em cima.
Tenho estado um pouco atenta a esta questao à qual os media lhe chamam a “Marcha da indignaçao”.
Como toda agente, ainda nao consegui perceber qual o motivo de tanta indignaçao e de tanta revolta por parte dos senhores docentes…por isso lhes fasso uma pergunta: Meus senhores se em quase todos os sectores de trabalho todos os profissionais sao avaliados porque razao o sector da educaçao nao é? sao todos bons profissionais e bons professores?huumm…é k se sao parabéns…Estao com medo do que?
Como é possivel que tanta gente se junte para se manifestarem e nao sabem kual o motivo porque estao ali…tipico dos portuguses…
Os professores têm medo de ser avaliados? nós somos avaliados, vários profissionais são avaliados por isso os professores também devem ser. Se eles são realmente bons professores não precisam ter medo. A “marcha da indignação” englobava cerca de 100 mil professores que protestavam e se lhes perguntasse qual o motivo de tanta revolta, muitos deles não sabiam responder. É uma vergonha! Uma manifestação em massa mas mal organizada e com péssima qualidade.
E a luta continua! Qual marcha qual quê? Tudo bem que os professores e qualquer profissional tem o direito de lutar pelos seus direitos mas que diferença faz? Na realidade fazem espectáculo para não verem resultados. Eles não percebem que o insucesso escolar também passa pelos professores e concordo com a avaliação. Não é uma coisa assim tão grave para fazer este tipo de manifestação, ainda por cima gigantesca. Sensibiliza-me claro mas eles vão acabar por se habituar..
A “Marcha da Indignação”….uma marcha pela qual ainda não sei ao certo qual o motivo…!!!
Porque é que os professores se ‘revoltaram’ de tal forma até encher a av. da liberdade…? por serem avaliados…? Em qualquer trabalho, em qualquer profissão, os trabalhadores são avaliados…de que têm medo os profesores…?
Acho que não têm motivo para tal…ainda por cima fazem uma manifestação tal, que quando questionados sobre a razão, nem uma resposta em condições conseguem dar…
Toda a gente tem o direito de se manifestar, mas quando convenientemente justificados (os motivos).