HÁ CONDIÇÕES PARA FAZER UM TRABALHO TÃO BOM COMO EM QUALQUER OUTRO LUGAR
O Professor Doutor José Belo falou-nos da mais recente aposta do Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro: o 2º Ciclo em Ciências da Comunicação. O Professor é o Director deste novo Mestrado, que tem boas perspectivas dado o seu dinamismo e inovação. Com uma área nova em Portugal, este mestrado espera atrair muitos alunos num futuro muito próximo.
POR: Tiago Mendes e Bruno Monteiro
Como surge o mestrado em Ciências da Comunicação?
Surge na sequência do Tratado de Bolonha. Numa primeira fase todas as licenciaturas foram reconvertidas para Bolonha, transformando-se no chamado 1º ciclo de Bolonha. Depois, surge o 2º ciclo e isso acontece naturalmente também com as Ciências da Comunicação. Para tal foi necessário fazer o registo das propostas de 2º ciclo do Ministério da Ciência e do Ensino Superior, o que implicou verificarmos na Europa quais as universidades de referência em termos de Ciências da Comunicação de um modo geral. (…) Consultada, numa pesquisa intensiva e extensiva através da internet, uma série de universidades do Norte da Europa, francesas, inglesas e espanholas chegámos a uma proposta de 2º ciclo de Ciências da Comunicação com quatro áreas de especialização. O que aconteceu, então, foi que o 2º ciclo surgiu na sequência natural do 1º, tal como surgirá, provavelmente, daqui por um ou dois anos um 3º ciclo, não só em Ciências da Comunicação mas noutras áreas de estudo na UTAD e noutras universidades.
Fale-nos mais sobre as quatro áreas constituintes deste 2º ciclo de estudos em Ciências da Comunicação.
As quatro áreas surgem da consulta de universidades de referência da Europa, dos seus programas de estudo e da sua larga experiência no âmbito. Chegamos assim à conclusão de que o ideal seria construirmos, num primeiro momento, quatro áreas, não querendo dizer que se mantenha assim (…).
As áreas são: Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade, Informação e Documentação e uma quarta que fizemos questão de incluir (…) por ser única em Portugal, que se chama Comunicação Pública, Política e Intercultural. Esta resultou da tal consulta sobre as tendências nos países europeus mais desenvolvidos.
Provavelmente, o 2º ciclo não se limitará a essas quatro áreas, expandir-se-á com a criação de mais uma ou duas de especialização nas quais estamos a trabalhar. Irão ser concretizadas, a curto ou médio prazo, áreas únicas em Portugal. Estrategicamente achamos que devemos começar a investir onde em Portugal não exista grande história sobre o assunto. Não existe grande história sobre Ciências da Comunicação: a primeira licenciatura tem vinte e poucos anos. (…) No entanto, agora o que há mais espalhado pelo país é Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade… Comunicação Social de um modo geral. Queremos, então, investir no futuro em áreas que não estejam tão limitadas ao Jornalismo e à denominada Comunicação Social, até porque há informações de que o Jornalismo está a atravessar um certa crise que, possivelmente tenderá a agudizar no futuro. Queremos investir em vertentes que sejam novas e esta quarta área de especialização de 2º ciclo é única em Portugal e, para além desta queremos criar mais uma ou duas.
Qual é, então, a finalidade desta área de Comunicação Pública Política e Intercultural?
Bem, as pessoas são chamadas pela palavra política, mas a designação da área é Comunicação Pública Política e Intercultural. Estas são áreas que em Portugal não são de algum modo tratadas nos cursos existentes pelo país. No entanto, nomeadamente a Comunicação Intercultural e a Comunicação Política é uma área com largo estudo nos Estados Unidos da América e no Norte da Europa. Verificamos também nesta consulta pelas universidades da Europa onde existem Ciências da Comunicação, a permanência da Comunicação Intercultural. É uma área que tem toda a lógica, devido à globalização que não é nada mais, nada menos do que o transporte da Comunicação para um plano intercultural. (…) O mesmo acontece com a política. Já existem agências de Comunicação que tratam da chamada Comunicação Política. (…) A campanha interna no PSD de Luís Filipe Menezes foi gerida por uma agência de Comunicação, e ganhou. Em anteriores campanhas presidências também estiveram envolvidas este tipo de agências, que lidam com a Comunicação que os políticos fazem, não só em comícios face a face com a audiência, como nos media, rádio e Tv. (…)
O que nós queremos é desenvolver investigação, por um lado, e conhecimentos que em Portugal, para além dessas agências de Comunicação, não são muito estudados. Porém, já o são noutros países, onde há uma grande tradição neste âmbito da Comunicação. Iniciaremos uma actividade nesse sentido e ainda outras coisas novas que não têm tido a atenção que deviam, mas vão passar a ter. A Comunicação na área da Saúde tem grande tradição no Estados Unidos e no Norte da Europa, mas na Europa Continental e do Sul não tem. Tentaremos, portanto, começar algo desse género.
Assim sendo, a diversidade é uma aposta do 2º ciclo de estudos de Ciências da Comunicação?
Não é bem isso! O Jornalismo existe em toda a parte. Percorrendo as universidades portuguesas de Norte a Sul, todas têm Jornalismo ou Comunicação Social. Relações Públicas e Publicidade também existem um pouco por toda a parte. Aqueles que existem em menor quantidade são a terceira especialização, dirigida especificamente ao tratamento de informação documental, ou seja, a arquivos, bibliotecas e a gestão de informação nessas áreas.
Nós temos, no primeiro ano em que funciona o 2º ciclo, cerca de 35 alunos inscritos, um número razoável. Contudo, apenas três das quatro áreas possíveis estão a funcionar, porque existe uma norma interna que diz que só podem funcionar especializações ou mestrados com um número mínimo de dez alunos. Ora, no primeiro grupo temos catorze ou quinze pessoas, no segundo temos doze ou treze, no terceiro só havia uma e não abriu, no quarto, grosso modo, tínhamos meia dúzia de pessoas interessadas. Este era um número que não chegava ao mínimo. Fizemos um pedido excepcional ao reitor da UTAD para permitir que aquela área funcionasse com menos de dez alunos. Foi autorizado e está a funcionar, porque havia de facto algumas pessoas interessadas.
Todos os alunos são licenciados. Alguns vêm da área tradicional das Ciências da Comunicação, outros do 1º ciclo em Relações Internacionais (…), alunos de licenciaturas, não de Bolonha mas de outras de quatro e cinco anos, na década de 90, e quiseram fazer o 2º ciclo, seguindo esta opção. Acharam que era uma coisa nova, única em Portugal, e foi isso que nos levou a solicitar ao reitor a autorização para nos permitir a abertura dessa terceira via que foi concedida.
Existe meia dúzia de pessoas inscritas nessa área, desde licenciados em Direito, em Jornalismo, Relações Internacionais, em Engenharia Ambiental, por exemplo, que quiseram fazer o 2º ciclo em Ciências da Comunicação, nomeadamente na área das Relações Públicas. Aparentemente os seus cursos não têm nada que ver com Comunicação de uma forma mais linear. Todavia, interessa-lhes em termos profissionais, para o contacto com o cliente ou com empresas e para desenvolverem mais conhecimentos na área da Comunicação para poderem potenciar os negócios onde estão.
Qual a utilidade de um Mestrado em Ciências da Comunicação?
Estes novos Mestrados no quadro de Bolonha, 2ºciclo, têm aspectos comuns e aspectos diferentes dos que tinham anteriormente. Os Mestrados tradicionais culminavam sempre com a elaboração de uma dissertação de Mestrado, uma tese. No âmbito de Bolonha o 2º ciclo pode culminar com um de três produtos: uma dissertação (…), um relatório de estágio, ou um projecto. São três vias diferentes, mas cada uma implica a apresentação de um trabalho final, que tem de ser defendido perante um júri. São também três fins diferentes. A dissertação proporciona uma investigação numa das quatro áreas, enquanto o relatório e o projecto são mais profissionalizantes. O relatório decorre de um estágio numa empresa, dependendo da área. (…)
As finalidades passam por aprofundar os conhecimentos obtidos no 1º ciclo, (…) contactar, durante 6 meses, mais aprofundadamente com a mesma ou com outras realidades e também com a Comunicação nas mais diversas formas. (…) Os mestrandos irão, então, ter a possibilidade de investigar, estagiar, mas também de fazer um projecto. Este é diferente de um simples projecto de investigação, é mais ambicioso, o de construção e de delineação, de alinhamento e implementação de uma empresa. Quando o aluno terminar o curso poderá constituir uma empresa de Comunicação, visto que já sabe como o fazer. Define objectivos, recursos humanos e financeiros a utilizar, as matérias… Tudo tem de ficar num projecto, mas isto depende de cada um, quando terminar a fase de estudo.
Quais são as maiores dificuldades sentidas na implementação de um 2º ciclo de estudos?
Inicialmente tinham que ver com os recursos humanos do Departamento de Letras. O primeiro ciclo de Ciências da Comunicação é relativamente jovem, tem 4 anos, o que obrigou a uma primeira reformulação do quadro de recursos humanos do departamento. Pessoas inicialmente direccionadas e vocacionadas para dadas áreas tiveram que reformular os seus objectivos e passar para outros âmbitos mais próximos da Comunicação. Houve outros docentes que foram aproveitados tal e qual, como por exemplo, os que já trabalhavam na área da Linguística. (…) Por outro lado, deu-se a contratação de pessoas já formadas na área de base das Ciências da Comunicação (…) como Inês Aroso e Daniela Fonseca… Foi feito um esforço por parte da universidade e da reitoria no sentido de contratar e reaproveitar os seus recursos humanos (…). Temos ainda a colaboração de outros, como o professor Aguiar Falcão. Formado de base na Comunicação, tem uma empresa na área do marketing político (…) Temos também pessoas que estão habituadas a lidar com empresas, no âmbito da população em geral, que sabem como as coisas estão, no marketing e na publicidade, como é que se faz a publicidade na teoria e no terreno.
Estamos, exactamente, a tentar equilibrar as duas vertentes, desenvolvendo, por um lado, o aspecto teórico e da investigação e, por outro, trazendo até nós pessoas com experiência na prática. Nesse sentido vale a pena realçar as Jornadas da Comunicação, que contaram com pessoas com conhecimentos do que é trabalhar na prática, do que é trabalhar em rádio, nos jornais e nas agências de informação, o que é muito importante. Foi o primeiro, mas estamos a definir uma série de estratégias para organizarmos eventos daquele tipo, duas vezes por ano, com temas e convidados diferentes. Estabelecer-se-á um equilíbrio entre os convidados ligados à área da investigação, à teorização, e entre pessoas que trabalham em empresas, em órgãos de informação. O objectivo é associar a teoria e a prática de forma paralela.
Quais são os requisitos para se entrar no 2º ciclo de estudos de Ciências da Comunicação?
A licenciatura tradicional ou de Bolonha, qualquer uma… Inicialmente tínhamos estabelecido que eram admitidas pessoas de um grupo restrito de licenciaturas, mas depois na prática chegamos à conclusão de que nem era preciso aquele leque. Um licenciado seja em que área for, pode à partida, candidatar-se ao 2º ciclo de Comunicação. Partimos do pressuposto que a Comunicação é das poucas áreas do conhecimento que diz respeito a tudo e a todos. Há áreas mais restritas: o médico trabalha e especializa-se em medicina, o engenheiro em engenharia, o economista em economia, mas todos eles necessitam da Comunicação para desenvolver um ou outro aspecto. Se vivêssemos em esferas fechadas não precisávamos de desenvolver as competências comunicativas, mas nós passamos a vida a comunicar: um medico com o doente, enfermeiros, administrativos dos hospitais e dos Centos de Saúde, o engenheiro passa a vida a lidar com outros, com funcionários, trabalhadores… A Comunicação é uma área fundamental e transversal a todas as profissões e nesse sentido abrimos o 2º ciclo a todas as licenciaturas. Há duas engenheiras no 2º ciclo, no entanto, não estava nenhuma engenharia na listagem. (…)
Os alunos das Ciências da Comunicação naturalmente prosseguiriam os estudos e os das áreas próximas também se entenderia que seguissem pela Comunicação. Contudo, há pessoas que não têm proximidade em termos científicos com a área e, portanto, fazemos uma entrevista para verificar o seu interesse no curso. Do Direito, temos um ou dois advogados, o que nos deixou surpreendidos. Estes profissionais precisam de conhecer teorias e técnicas de comunicação. Grande parte das suas actividades vai para além do conhecimento específico das leis. (…) É importante, por exemplo, a Pragmática da Comunicação, o modo como se comunica, tendo em conta o público e a pessoa a quem nos dirigimos. Foi, portanto aberto o 2ºciclo, visto que a Comunicação é a área mais abrangente, atravessa todas as outras, num ou noutro momento. Qualquer profissional de qualquer área do conhecimento precisa de saber pelo menos algumas técnicas básicas de Comunicação.
A procura do Mestrado foi interessante, sendo o primeiro ano a funcionar, provavelmente, na área de Comunicação mais jovem de todo o Ensino Superior português. Não sei se há, depois da criação da licenciatura em Ciências da Comunicação na UTAD em 2003, algum curso da área q tenha iniciado. Este poderá ser o último em termos de criação temporal, mas vamos conseguir colocá-lo pelo menos a meio da tabela, para depois conseguirmos ir às competições europeias [risos]. Vamos conseguir!
Uma das apostas passa, então, por procurar algo que não exista ainda em Portugal, a que as pessoas aderiram. Alunos que terminaram no ano passado o 1º ciclo em Ciências da Comunicação (…) estavam inscritos em Jornalismo e acharam interessante a Comunicação Pública, Política e Internacional e mudaram, por ser diferente. (…) É nos nichos de mercado que nos vamos afirmar, e não onde está uma massa enorme pelo país fora. (…) Existem outras áreas em que nos podemos afirmar, ligadas à Saúde e ou ao Direito. (…)
A generalidade dos alunos de Comunicação Pública, Política e Internacional vai fazer investigação, dissertação. Vai ser bom quando estes trabalhos forem defendidos e publicados, porque haverá uma marca da UTAD e de Ciências da Comunicação a nível nacional como os primeiros.
Como é que funcionam as aulas?
(…) Há disciplinas comuns às três áreas e há outras específicas de cada uma delas, autónomas. Nas comuns juntam-se todos numa só uma turma, nas específicas há três turmas: a de Jornalismo, a de Relações Públicas e Publicidade e há uma mais pequena de Comunicação Pública Política e Intercultural. Nesta última via mais específica estamos a utilizar também uma estratégia que passa por um acompanhamento tutorial do aluno. Não há, em alguns casos, aquela sistematicidade das aulas tradicionais, mas há um conjunto de tarefas. São poucos alunos e a maior parte é trabalhadora-estudante, (…) havendo um conjunto de alunos que não são de cá. Temos alunos que vêm de Bragança, de Viseu, da zona de Viana do Castelo e que não podem estar cá todos os dias, logo, fazemos um acompanhamento tutorial com a colocação de materiais no SIDE. Na UTAD já está também disponível o moodle, uma ferramenta de ensino online internacional (…) onde se pode fazer acompanhamento das disciplinas. Os professores de qualquer disciplina podem criar lá um ambiente, colocar material de ensino, até testes de avaliação e tem chatroom. (…) O moodle pode funcionar como complemento do SIDE. (…)
É possível neste momento estabelecer um nível de satisfação de alunos e professores?
Não! É difícil dizer, mas estou a pensar fazer um ponto da situação mais a meio do ano. O semestre começou atrasado. As aulas do 1º ciclo começaram em Setembro, mas as do 2º ciclo de Ciências da Comunicação começaram em meados de Outubro. Houve um atraso por ter sido necessário fazer um pedido de autorização para a terceira variante. O que demorou foi a resposta dos órgãos institucionais da UTAD. Teve de ser feito um pedido formal ao Reitor, que enviou ao Conselho Científico, que se demorou a pronunciar. (…) Começou um bocadinho atrasado, mas está a funcionar. O primeiro semestre só vai terminar em meados de Fevereiro, ao passo que o do 1º ciclo termina já em Janeiro. Portanto, nessa altura vou fazer o ponto da situação, um breve inquérito aos alunos para saber o que eles pensam que está mal e se pode mudar. Obtemos um feedback e fazemos os acertos. Só em função dessa informação é que podemos ajustar alguma coisa. No entanto, o segundo semestre está totalmente preparado e começará segundo o calendário.
A interioridade poderá afectar o nível de credibilidade do 2ºciclo de Ciências da Comunicação na UTAD?
É difícil responder agora a essa pergunta. O 2º ciclo começou este ano e teve um número de alunos satisfatório, mais ou menos trinta e cinco. Nos próximos anos, estaremos em condições de dar uma resposta mais satisfatória a essa pergunta, ou seja, veremos se o número de alunos que frequenta o 2º ciclo aumenta, diminui ou estabiliza. Só assim é que podemos perspectivar comparativamente com outros cursos que existem pelo país.
Mas é como digo, para combater esse eventual efeito negativo da interioridade, uma boa solução é oferecer produtos únicos. Se oferecermos produtos que eram oferecidos no Porto, em Braga, em Aveiro, em Coimbra ou em Lisboa, as pessoas ficam por lá. Se oferecermos produtos únicos, as pessoas vêm para cá, não tenho dúvidas disso.
Nós não vamos descobrir nada. Tudo isto que está a acontecer em Portugal, com esta questão de Bolonha, e que está a acontecer também pela Europa fora, (…) vai no sentido daquilo que existe em Inglaterra e nos Estados Unidos há muitos anos. (…) O que está a acontecer agora aqui, já foi descoberto há muitos anos por outros e se aquilo que se oferece for raro, único, tem sempre procura, se for um produto que há o mesmo ou semelhante em toda a parte, não terá. Há que enveredar por vias raras, em que a procura seja alguma e possa eventualmente tender a aumentar. Por exemplo, eu não tenho dúvidas de que esse fenómeno da Comunicação Intercultural, daqui por algum tempo, vai também ter uma grande (…).
Podemos oferecer condições agradáveis comparativamente com outros, porque estas áreas, em boa verdade, não são como as ciências exactas e naturais, em que são precisos grandes tubos de ensaios e laboratórios para se fazerem trabalhos. Nestas áreas, desde que existam recursos humanos qualificados, tem-se condições para fazer um trabalho tão bom como em qualquer outro lugar. (…) Não há muita diferença entre o que se faz aqui ou na Cochinchina. (…) O problema é investigar, publicar os resultados da investigação, participar, organizar encontros, congressos nacionais, internacionais, e isto vai-se fazendo desde que haja vontade. Contudo, a interioridade afecta, naturalmente, alguma coisa. O facto é que as pessoas que estão, nomeadamente, na capital são sempre mais beneficiadas (por muito que se digam isentas). Quem está junto do poder e tem distribuição de recursos é sempre mais beneficiado do que quem esta afastado do poder. (…) Se calhar temos de trabalhar mais, e publicar mais, fazer mais coisas do que quem está junto do poder.
NOME | José Belo |
NATURALIDADE | Vila Real |
DATA DE NASCIMENTO | 20 de Outubro de 1954 |
PROFISSÃO | Professor |
PERCURSO ACADÉMICO | Aos 16 anos vai para a Inglaterra trabalhar mas, de volta a Portugal, acabou o liceu, na altura do 25 de Abril. Em 1975 entra na Faculdade Economia Porto (apenas faz duas disciplinas no primeiro semestre). De seguida volta a emigrar e viaja por países como Bélgica, Holanda e Inglaterra,Regressado a Portugal, tira o Curso do Magistério Primário durante 3 anos. Leccionando no Ensino Primário, reingressa na universidade, mas desta vez em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Franceses e Ingleses, na Faculdade de Letras. Terminado o curso, passa a dar aulas no Ensino Secundário de Português, Francês e Inglês, no Porto, posteriormente é transferido para o Liceu de Vila Real.
Em 1989 foi convidado pela UTAD para orientar estágios de futuros professores de línguas. Entretanto convidaram-no a fazer um doutoramento em Espanha, na Universidade de Santiago de Compostela, em Filosofia e Ciências da Educação, durante 5 anos, numa área ligada à comunicação educativa. Na UTAD passou a dar aulas de metodologias de investigação, depois do doutoramento ficou como efectivo na UTAD onde fez o percurso ate se tornar professor catedrático. Já trabalhou em todos os níveis de ensino excepto como educador de infância. |
HOBBIES | Internet, novas tecnologias, cinema, música, literatura, desporto |
DESPORTO | Praticou basquete no liceu, foi fã da NBA, gosta de ver futebol, mas no conforto de sua casa. |
MUSICA | Todo o tipo, apesar disso a música de discoteca incomoda-o. Ouve pop, rock, jazz… Actualmente, no carro ouve John Mayer ou John Hiatt. Nos anos 70 tinha bandas de garagem… |
FILME | A Laranja Mecânica. Colecciona também alguns filmes que marcaram determinadas épocas. |
COMIDA / BEBIDA | Gosta muito de comer e beber, mas não tem prato favorito, visto que o gosto depende do contexto. Apreciador de vinhos, gosta de saber as suas características, as castas, e quer aprender mais sobre isso. |
Nota: não sou Professor Catedrático mas, antes, Professor Associado com Agregação!!